Falar mais e melhor Aqueles comentários “parece conversa de gente grande” vão ficar cada vez mais frequentes. A criança já conhece e entende o significado de cerca de 1.500 palavras. Com esse repertório, ainda que modesto (para ter domínio sobre uma língua estrangeira, por exemplo, precisamos conhecer cerca de 35 mil palavras), ela consegue contar e criar histórias inteiras, a narração é mais rica e até os personagens ganham personalidade. Toda essa habilidade para criar um mundo de fantasias aparece no dia a dia do seu filho. Espere por observações atentas (ele pode falar que seu sapato é muito bonito, por exemplo) e questionamentos abstratos (“por que bicho de estimação morre?”). Como você imagina, a capacidade de aprender aumenta com o treino. Quanto mais você falar com ele, pedir detalhes das histórias, ler livros e ouvir músicas, maior vai ser o repertório da criança. Vícios de linguagem e erros na flexão dos verbos ainda são comuns e devem ser corrigidos com naturalidade. Se você notar qualquer problema de fala, como trocar o “l” pelo “r”, procure um fonoaudiólogo.
Viajar ao mundo do faz de conta – e voltar! Os seres fantásticos vão sair do livro, dos brinquedos e, claro, da televisão para entrar com tudo na vida do seu filho: ele vai adorar fingir que é um personagem – e isso é ótimo! A fantasia estimula a imaginação e a criatividade porque transporta a criança para um mundo onde tudo é possível. Estudos mostram que o faz de conta auxilia no desenvolvimento cognitivo. Você precisa estar atento a quem são os personagens que seu filho quer ser no mundo imaginário. Se forem sempre muito violentos, é legal mostrar outras opções. Os especialistas garantem que, com 5 anos completos, a criança consegue diferenciar bem o que é real e o que não é. Quer saber mais sobre o assunto? Leia a reportagem “Pelo direito à fantasia”, nesta edição.
Ter paciência para montar quebra-cabeças Quando o cérebro recebe o estímulo para um desafio, faz novas sinapses (a comunicação entre os neurônios), cria uma solução a partir desses novos caminhos e, então, tem a recompensa, que é o prazer de desvendar o mistério. Não, não é uma prova de lógica. Isso é o que acontece quando seu filho brinca com jogos como quebra-cabeças, de memória e blocos de montar. Essas atividades estimulam as áreas associativas do cérebro, ligadas à percepção visual, motora e tátil. Ele entende a noção de parte e de todo, treina o raciocínio lógico, explora a coordenação motora e aprimora o conhecimento de espaço. Além, claro, de treinar a paciência.
Perder um jogo – e saber lidar com isso Todo mundo diz que o importante é competir. Fácil falar, mas como explicar isso para uma criança que está chorando porque foi o último colocado em uma brincadeira? Felizmente, dizem os especialistas, os jogos são um exemplo simples para falar sobre isso com a criança. Você pode mostrar que até quem sempre ganha, às vezes, não consegue vencer. E isso não quer dizer que aquela pessoa deixou de ser boa nem que o resultado vai ser o mesmo na próxima rodada. Quando for jogar com ela, valorize a diversão em vez da competição e mostre que é preciso se esforçar para vencer. Se você deixá-la ganhar sempre, a criança fica com a falsa impressão que não existe a possibilidade de perder. Aprender a lidar com a frustração é um aprendizado para a vida toda.
Cuidar da higiene pessoal Aceite: seu bebê está crescendo. Ele não usa fraldas e pedidos como “mãe, pai, acabei o xixi, vem me limpar” vão ficar ainda mais escassos porque agora seu filho tem um pouco mais de autonomia para fazer as coisas sozinho. Ele consegue ir ao banheiro, se limpar e até tomar banho sem a sua ajuda, o que não significa sem supervisão. No começo, atente-o para os detalhes: lave atrás da orelha, você esqueceu de esfregar o pé, mais atenção para as partes íntimas. Até ele completar 8 anos, faça uma checagem pós-banho. Já da escovação dos dentes você não pode descuidar até... ele ter pelo menos 12.
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