O que é a depressão infantil ?
epressão é o transtorno de humor que se caracteriza basicamente por
tristeza e anedonia, associados a transtornos de sono, de alimentação e
somáticos (como cefaléia, tonturas, taquicardia, sudorese, diminuição de
libido etc.). Na criança, mais freqüente que a tristeza é a
irritabilidade, mau humor e a anedonia, que é a falta de prazer com as
atividades habituais, como brincar, sair com os amigos, jogar videogame,
ver TV etc.
É importante ressaltar que os conceitos psicopatológicos infantis
ainda não são muito precisos e uníssonos, como são os dos adultos.
Podemos citar como exemplo a ampla terminologia usada: transtorno,
desordem, alteração, comportamento anormal, conduta desajustada,
hiperatividade etc. Tais termos são encontrados, usualmente na
literatura científica, como sinônimos.
Quais são os principais sinais e sintomas da depressão infantil ?
A Depressão infantil é caracterizada pela presença dos seguintes
sinais e sintomas, os quais podem se apresentar de forma mascarada:
baixo desempenho escolar, pouca capacidade para se divertir (anedonia),
sonolência ou insônia, mudança no padrão alimentar, fadiga excessiva,
queixas físicas, irritabilidade, sentimentos de culpa, sentimentos de
desvalia, sentimentos depressivos, ideação e atos suicida, choro, afeto
deprimido, facies depressivas, hiperatividade ou hipoatividade.
Quais são os principais fatores que podem desencadear a depressão infantil ?
Muitos fatores podem levar uma criança à depressão. Segundo os
estudos de Nissen em 1970 e de outros autores posteriores a ele, as
causas estão relacionadas a problemas familiares.
Os problemas conjugais, os problemas financeiros, a cobrança exagerada por parte dos pais e da sociedade em relação ao desenvolvimento da criança, a falta de contato da criança com os pais em função de suas responsabilidades profissionais e necessidades de sobrevivência, o que impede que haja um vínculo afetivo positivo, são fatores que contribuem para o aumento da possibilidade das crianças desenvolverem transtornos, sendo a depressão infantil um deles, e que afeta diretamente o desenvolvimento psico-social e acadêmico da criança.
Além disso, podemos destacar outros fatores que causam a DI: a morte de um dos pais, dos avós ou de um ente querido muito próximo, maus tratos dentro da família; filho indesejado, filho somente de um dos pais; alcoolismo, entre outros.
Os problemas conjugais, os problemas financeiros, a cobrança exagerada por parte dos pais e da sociedade em relação ao desenvolvimento da criança, a falta de contato da criança com os pais em função de suas responsabilidades profissionais e necessidades de sobrevivência, o que impede que haja um vínculo afetivo positivo, são fatores que contribuem para o aumento da possibilidade das crianças desenvolverem transtornos, sendo a depressão infantil um deles, e que afeta diretamente o desenvolvimento psico-social e acadêmico da criança.
Além disso, podemos destacar outros fatores que causam a DI: a morte de um dos pais, dos avós ou de um ente querido muito próximo, maus tratos dentro da família; filho indesejado, filho somente de um dos pais; alcoolismo, entre outros.
Qual é a prevalência da depressão infantil?
No campo da Psicopatologia Infantil existem muitas dificuldades para a
realização de estudos epidemiológicos. Lembramos que a criança é um ser
em evolução, com pautas de comportamento diversificado, o que dificulta
muito estes estudos. Estima-se que 3% da população infantil seja
afetada pela DI, afetando igualmente ambos os sexos.
Qual o critério mais utilizado para diagnosticar a depressão infantil ?
Entre os critérios existentes para diagnosticar a DI, o de Poznanski tem sido o mais utilizado e considerado o mais eficiente.
Esse critério leva em consideração:
- humor, conduta ou aparência depressiva;
- pelo menos quatro (probabilidade) ou cinco (segurança) dos
seguintes sintomas: retraimento social, problemas de sono, queixas ou
fadiga, hipoatividade, anedonia, baixa auto-estima, dupla patologia, ou
seja, a depressão acompanhada de uma outra patologia como por exemplo
enurese, fobia escolar, trocolitomania e outras, dificuldade no trabalho
escolar, ideação mórbida ou ideação suicida;
- duração dos sinais e sintomas acima por no mínimo um mês.
Como os pais e professores podem ajudar no diagnóstico da depressão infantil?
Não desejamos que os pais levem a criança para um profissional quando
a DI já está instalada. Se os pais observarem mais seus filhos em casa
poderão notar que algo de errado está ocorrendo com eles e nesse momento
buscar ajuda para solucionar os conflitos e a intervenção sem sombra de
dúvida, será muito mais efetiva.
Por outro lado, conhecer as atividades da criança na escola antes da
sintomatologia é muito importante. A escola vai exercer um papel
importante no diagnóstico, pois quando se instala uma DI em uma criança,
os primeiros sinais são o baixo rendimento escolar e a dificuldade em
realizar as tarefas, devidos à falta de concentração.
Como é a avaliação psicológica da criança?
Deve-se lembrar que a criança nunca vai dizer que está deprimida.
Vamos observar essa depressão de forma mais clara através dos desenhos e
de testes. Portanto a avaliação psicológica é fundamental como forma
complementar e de auxílio de diagnóstico.
É muito importante, tanto para o médico quanto para o psicólogo,
procurar sempre conhecer a dinâmica familiar em toda a sua extensão no
sentido de buscar a causa da DI na criança e a partir dela fazer uma
intervenção direta. Em algumas situações os pais devem, também, ser
orientados a uma terapia familiar.
Como é o tratamento para a depressão infantil?
A intervenção para a DI é ampla. O médico, o psicólogo, pais e
professores estarão envolvidos nesse processo. Deve-se buscar tantas
informações quantas forem necessárias, pois somadas, em muito ajudarão
aos profissionais a realizar uma intervenção mais eficiente. Conhecer as
amizades da criança, seus gostos e desejos, suas críticas, fantasias é
obrigação de todos os que intervêm nessa criança.
Pedir a colaboração dos pais e professor é fundamental.
O tratamento da depressão deve estar baseado em dois pilares: o
medicamentoso e a psicoterapia. Esta última é imprescindível, pois em
muitas depressões leves a psicoterapia é suficiente para curá-la. Em
depressões mais graves, devemos associar o tratamento medicamentoso com o
psicoterápico.
Como prevenir a depressão infantil?
A prevenção passa pelo conhecimento da dinâmica familiar. A prevenção
ideal para a DI seria orientar os pais para estabelecerem laços mais
afetivos com os filhos, estimulando-os em seu desenvolvimento
psico-social. Sabemos que é uma meta muito difícil de ser atingida, pois
os problemas sociais e econômicos que essa família vivencia são alheios
a sua vontade, que somados aos problemas conjugais e a separação dos
casais, esses problemas aumentam consideravelmente, acarretando grandes
conflitos nos filhos, principalmente, os menores. São, como podemos ver,
problemas que geram causas, que na maioria das vezes, os próprios pais
são impotentes para solucioná-los.
Qual a importância do leigo conhecer melhor a depressão infantil?
É importante o conhecimento do leigo sobre a DI. A partir dessa
informação os pais podem ajudar em muito seus filhos quando são
conhecedores de algumas informações sobre saúde e doenças das crianças.
A DI muitas vezes passa despercebida em casa. A criança fica isolada,
muito quieta e as vezes os pais interpretam como "bom comportamento". A
situação agrava-se quando chega a informação da escola que a criança
não vem bem em termos de rendimento escolar. A partir deste momento a DI
já está instalada e devem os pais imediatamente procurar ajuda
profissional para iniciar o processo de intervenção.
Temos notado, por outro lado, que a maioria dos pais não acatam o
diagnóstico de depressão em seus filhos. Para isso, os profissionais da
saúde em muito contribuem, principalmente pediatras e psicólogos mais
desavisados quando dizem aos pais que depressão na criança não existe. É
preciso mudar essa idéia. É necessário também alertar a academia para
falar das depressões na infância e adolescência, para que não sejam os
próprios profissionais a fazerem afirmativas errôneas aos pais.
Fonte: http://www.pediatriaemfoco.com.br
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