As
pessoas podem diferir em suas perspectivas políticas e religiosas,
filosofias de vida, perfis psicológicos, cultura e raça, mas todos, sem
exceção, querem ser felizes. A felicidade é a meta do pobre e do rico,
do erudito e do ignorante, do santo e do pecador, do ateu e do crente,
do ascético e do indulgente. É por causa da felicidade que aspirantes
espirituais oram, trapaceiros trapaceiam, açambarcadores açambarcam,
caridosos entregam-se à caridade, bêbados bebem, ladrões roubam e
penitentes se arrependem. Almejando felicidade uns se casam, outros se
divorciam, alguns cometem suicídio e outros se tornam homicidas. E no
entanto, a perseguição à felicidade resulta numa tentativa caótica,
absurda, infrutífera. Ninguém tem certeza de como alcançá-la. Nenhum
ramo de estudo nos trouxe qualquer conhecimento a respeito do segredo da
felicidade. A religião enfatiza a salvação e a filosofia, a busca da
verdade. Os moralistas falam a respeito do dever e os psicólogos nos
pedem que enfrentemos e convivamos com a infelicidade. Os cientistas
pouco se importam com nossos sentimentos e os economistas dão valor
tão-somente à riqueza e prosperidade. Nenhum deles se dedica ao problema
da felicidade. Em busca da felicidade as pessoas freqüentemente se
comportam de forma estranha. Alguns ficam felizes quando os outros estão
felizes, alguns são felizes quando os outros são infelizes e existem
até mesmo aqueles que são felizes quando eles próprios são infelizes.
Uns têm esperança de comprar a felicidade enquanto outros há que tentam
usurpá-la do próximo. Há aqueles que buscam alcançar a felicidade
através do domínio, pelo poder; outros, no apego às coisas. Desta forma,
estamos todos, constantemente, perseguindo a felicidade ao invés de
sermos felizes. Não admira, portanto, que nasçamos chorando, vivamos nos
lamuriando e morramos frustrados."
Ser
feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o
estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de
acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos
mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é
um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não
sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade.
Se
a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as
regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário
para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento
simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber
sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos
atormentam e provocam inquietude no nosso coração. Isso pode ser
alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.
Fonte: prodigiosdoamor